São Miguel do Gostoso - a jornada

Já tinha ouvido falar algumas vezes sobre um lugar no extremo norte do RN, onde o vento faz a curva e o Brasil olha para o norte, ao invés do leste. Mas nunca tinha tido a oportunidade de explorar esta parte do litoral da terra do sol. Desta vez, decidimos não adiar mais.

A BR-101 é a estrada que nos traz para este paraíso, sempre seguindo as placas em direção ao litoral norte ou para Touros. Viemos de dia para evitar surpresas, mas a estrada está ótima, em excelentes condições. Além da paisagem belíssima, chegar ao km zero da BR-101 foi muito legal. Sobretudo porque ela começa em Touros, onde está o farol de Touros. Legal para fazer umas fotos.

Na BR, km 2 há um trevo para pegar a RN-221 em direção a São Miguel do Gostoso, cerca de 15 km para frente. Este trecho é ruim, esburacado, e há animais na pista, portanto muita atenção e viaje de dia (e com o tanque cheio, pois há somente um posto por lá).

A cidade é simples, um vilarejo, com um povo muito simpático e gentil, ótimas pousadas e bons restaurantes. Tem mercadinhos ótimos para abastecer quem está com crianças.

Ao todo são 110 km desde Natal, a capital, até Gostoso, que tem uma Orla com 4 praias (estimo una 3 ou 4 km de ponta a ponta).

As praias têm ondas e correnteza fortes, e extensas faixas de areia clara e fofa. As crianças curtem mais quando a maré está baixa, porque as coisas acalmam um pouco e elas conseguem aproveitar mais, sem medo.

Achei as praias de Tourinhos (8 km dali por uma estrada de terra vermelha e em boas condições), e a de Cardeiros as melhores para as crianças. Mas na maré baixa.

As praias são perfeitas para Windysurf e Kitesurf. Quem quiser mergulhar, melhor ir para os Parrachos, no meio do caminho de Natal até aqui. Também não vi surfistas por aqui.

Nos próximos posts conto mais sobre as praias e a culinária local.

A praia do Centro, Pipa

Nos posts desta primeira parte da viagem à Pipa, RN, faltou falar de algumas praias, entre ela a praia do Centro. A verdade é que além de preferir praias mais naturais e vazias, procuramos lugares que - em teoria - sejam bons para as crianças.

Deixamos de fora das nossas visitas deste ano a Praia do Amor, que tem uma trilha de acesso perto da nossa pousada, mas que é point da moçada e do surf. Já a Baía dos Golfinhos é acessível por uma trilha pelas pedras quando a maré está baixa. Momento em que - com sorte - avistam-se golfinhos por lá. Mas as ondas também são fortes, e os horários de maré baixa coincidiram com os "horários de criança cansada" o que nos fez desistir de tentar ir até lá. (Creio que a trilha não seria um problema para nós.) Mesmo assim, valeria também a visita.

Arriscamos somente a Praia do Centro, com a qual brinquei chamando de 'Guarujá da Pipa', já que sou de São Paulo. A praia, do centro, é realmente lotada, repleta de bares com suas músicas e mesas tomando a areia. Não é a mais bonita, mas também foi divertida.

Ficamos mais para a direita, fugindo do caos, perto de umas casas (que, aliás, invadiram as areias da praia tomando-as para si, uma vergonha). Com a maré "ainda enchendo" o mar estava calmo e as crianças puderam brincar livres e soltas. Além de terem feito amizade rapidamente com várias crianças que estavam por ali.

Uma coisa nos intrigou neste instante: para onde (e como) será que vai o esgoto de todas estas casas? Mas olhando em volta não vimos canais de água corrente, portanto logo esquecemos e nos entregamos ao dia ensolarado.

Confesso: foi um doa melhores dias para as crianças. Não queriam ir embora da praia, e brincaram muito, além de terem tomado sorvete. E não é que o visual da praia, dos coqueiros, da maré enchendo, os barcos e falésias ao fundo sob céu azul fez um lindo espetáculo?


Gabi Nunes
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Sibaúma, RN - de novo mas diferente

Hoje foi dia de voltarmos a Sibaúma, RN. Não só porque gostamos demais, mas também porque o marido perdeu os óculos, e foi a desculpa que precisávamos para voltar lá.

Desta vez ficamos no rio, que desemboca no mar. Ou vive-versão, conforme a maré. A vista dos arrecifes, da areia e do mar batendo foi tentadora demais. As crianças ficaram com medo no começo. Acho que é porque se esqueceram como é, mas no primeiro convite para explorar a vida marinha ambos se empolgaram.

Neste canto, muita vida, muitas conchas e muito para ver: siris, caranguejos (que cores!), peixinhos perdidos... Muito atrativo. Brincamos muito e descobrimos muita coisa interessante.

No mergulho, novo receio das crianças por causa da água escura que vem do mangue. Mas rapidinho caíram na água e perderam o medo. Vale testar a profundidade antes, pois a correnteza forma bancos de areia, mas também alguns buracos.

A temperatura estava ótima, mesmo com o tempo nublado. E máscaras de mergulho nos fizeram explorar o rio e as milhares de convinhas que existem por lá. Não nos deparamos com vida, mas é claro que estão por todo lado.

Foi como se estivéssemos em um lugar completamente diferente. Muito bom.

No meio da tarde fo os embora almoçar no centrinho de Pipa. Escolhemos os PFs do Bistrô da Pipa: arroz, feijão marrom, purê e peixe grelhado. Uma delícia. Pedimos porção para 2 pessoas e comemos em 4 (2 adultos e 2 crianças). Recomendo.

Em seguida fomos provar os sorvetes artesanais da Preciosa. Realmente deliciosos. Provamos o de chocolate belga e o "flocos". Fantásticos! Além dos sabores tradicionais, têm também os de frutas. 3 sorvetes, R$ 13,50. Parada imperdível!

(By the way: não achamos os óculos.)

Sibaúma, RN

O dia de ontem foi mais uma valiosa dica da pousada onde nos hospedamos. Pegamos a estrada em direção a Sibaúma.

A estrada, em julho, passa por pastagens verdes e bucólicas, hora com canaviais, hora com coqueirais, vez ou outra florestas fechadas, e algum gato no meio de tudo isso. Em algum momento a estrada vira um vilarejo simples. Simples mesmo, e rural. Casinhas das mais simplórias, ruas de terra, animais na rua (galinhas, cabras, cães, gatos). Se distrair, você perde as placas da balsa. E a paisagem do mar batido distrai a gente, facinho, facinho.

Placas retomadas e pegamos uma curta estradinha de terra que adentrou um manguezal. Balsas individuais movidas a tração (ou navegação?) humana se encarregam de fazer a travessia (R$10,00 por trecho).

Logo chegamos à praia das piscinas naturais. Tem estacionamento, restaurantes e mesinhas e cadeiras. Cuidado para não atolar na areia.

A praia era linda e deserta. Encantadora. Rapidamente avistamos os arrecifes que fechavam a frente da praia e no momento que chegamos, de maré cheia, ainda venciam a barreira e se encarregavam de encher o mar. Com o tempo a maré foi baixando, a praia acalmando e transformando tudo num espetáculo ainda mais bonito - e divertido para as crianças.

Esta não é uma praia para mergulho. Tentamos, mas deu prá perceber que a força do mar é implacável. A areia fica muito batida, a água turva, a correnteza forte e os arrecifes, mortais. Nem quando a maré baixa. O jeito é curtir o espetáculo da superfície mesmo. E vale muito a pena.

Nos restaurantes só pedimos bebidas, achamos as comidas caras, e pelo preço não conseguimos saber se valia a pena. Deixamos para comer uma tapioca na volta.

Pipa, RN - Praia do Madeiro

Hoje foi nosso primeiro dia de praia em Pipa. E acho que tem que inaugurar a série de posts por se tratar de uma abertura com laço de ouro. A dica foi dada pelo Seu Antonio, da nossa pousada. E foi uma dica valiosa.

Saímos de carro do centro de Pipa em direção a Tibau do Sul, sempre de olho nas placas que indicavam a Praia do Madeiro. (Quase erramos parando o carro um pouco antes do local.) Chegamos ao Hotel Ponta do Madeiro, onde um simpático porteiro nos atendeu, abrindo o portao, mostrando o estacionamento e - ainda - nos mostrando o caminho pelo belíssimo hotel.

Ao seguirmos em frente, no alto da falésia, a paisagem deslumbrante provocou um "uau" em todos, até nas crianças. Mesmo com o tempo nublado a vista da Baía dos Golfinhos e da Praia do Madeiro, seu mar claro e cheio de ondas, em contraste com as cores alaranjadas (ou avermelhadas) das falésias seria de tirar o fôlego.

Eu disse "seria" porque na verdade os degraus incrustrados na encosta foram de tirar o fôlego, literalmente. Ainda bem que a escada é boa, e a chegada compensa. Existem ponto de parada para ajudar os sedentários.

Já na praia, de areia clara, as ondas batem forte e chegam a formar grandes bancos de areia. E a vista permanece linda. O sossego só é quebrado pelo vôo de pássaros ou por passantes que estão fazendo caminhadas (trilhas?) pela praia.

O hotel mantém uma estrutura de restaurante servindo petiscos e bebidas, além de oferecer sombra e espreguiçadeiras e um chuveiro de água doce. Não há banheiros.

A cerveja estava gelada e veio em isopores. As casquinhas de caranguejo eram frescas e muito saborosas. As iscas de peixe também. Foi uma excelente dica e um ótimo começo.